segunda-feira, 30 de julho de 2007

O inverno é o meu inferno

Olá caros leitores ( se é que existe alguma ainda, depois da minha grande ausência), quanto tempo não é mesmo?

Desculpem, mas a falta de tempo e principalmente inspiração me mantiveram longe daqui.

E como ambos álibis ainda persistem, vou postar um texto excelente,que não é de minha autoria, que recebi há algum tempo da minha amiga de facul Larissa e que descreve genialmente este momento congelado e detestável que estamos vivendo esses dias. Talvez muitos, assim como eu, indentifiquem-se com esse lamento. Muito Bom! BRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR

O inverno é o meu inferno

Por Larissa Januário



Não acredito em coincidências e sim em sincronicidade.

Não é por acaso que os nomes são praticamente iguais, com exceção de uma única letra.

Para mim a idéia de inferno é bem ao contrário do que se prega por aí.

Do meu ponto de vista "os quintos" está mais próximo do Álasca ou até mesmo de São Paulo. O diabo poderia bem ser o Abominável Homem das Neves e, ao invez de sermos cozidos em caldeirões, seríamos mantidos em piscinas bem geladinhas por todo o sempre. E não morreríamos porque já estaríamos mortos! Não é coerente!



Nada contra um friozinho, um vinhozinho, uma lareira, um sexozinho debaixo das cobertas, Campos do Jordão (mentira, eu tenho muitas coisas contra Gaaaammmpos), neve, etc.

Desde que eu estivesse na montanha em um chalé com sistema de calefação interna, uma lareira romântica, tomando um Lambrusco da melhor safra, naquele estágio de letargia entre o sono e o despertar.

Agora eu pergunto você está nas montanhas???

Pois é, eu também não!

Para ser mais específica eu estou em São Paulo (isso já explica parte da minha revolta) na frente do micro, lutando contra a natureza para que meus dedos não congelem e eu consiga digitar esse desabafo até o fim.

Estou curtindo aqui no meu trabalho esse clima gélido acompanhado de uma chuvinha INSUPORTÁVEL que já dura mais de 24h!



Considerando as circunstância só posso concluir uma coisa: definitivamente eu detesto o inverno!

Eu entendo que esse clima é essencial para natureza. É a fase da reclusão, onde as espécies se preparam para cumprir o ciclo da reprodução, produção e colheita. Acontece que não moramos mais em cavernas, nem mesmo no campo e no inverno temos que sair dos nossos abrigos para TRABALHAR. Pelo menos a maioria de nós tem! Alguém por favor, avise aos responsáveis pelas alterações climáticas que não é possível viver assim. A humanidade evoluiu, mas os ciclos climáticos não acompanharam. Pelo menos nos "países em desenvolvimento" (eu gostava tanto do termo terceiro mundo, mas caiu em desuso) não, onde apartamentos, restaurantes, bares, escritórios e faculdades não estão tecnologicamente preparados para a friaca.



Hoje foi um prazer quase celestial levantar da cama às 5h30 da madrugada. Tudo que estava do lado de fora do meu edredom estava gelado. A toalha, as peças íntimas, a calça e as blusas pareciam saídas da máquina de lavar. E os 10 segundos entre o chuveiro e a tolha? Parecem mais de 10 anos.



E o café da manhã? Quando abri a geladeira para pegar o Ades nooossa, achei que fosse desencarnar. Ah aliás em hipótese alguma tentem aquecer o leite de soja. Arg!



Pois é, outra característica adorável do inverno: alimentos leves não combinam com o frio. Imagina só que delícia, acordar cedo nesse climinha ameno e devorar uma salada de frutas geladinha heim?! Você mal consegue segurar a taça sem sentir dor.

Logo, para evitar a hipotermia você passa a ingerir compulsivamente alimentos quentes e por coincidência extremamente calóricos. Essa é umas das únicas formas de manter seu organismo trabalhando, produzindo calor e claro, acumulando calorias. Como eu invejo os ursos.



Tudo bem, eu admito que rola uma implicância, diria até uma mavon da minha parte em relação a esse clima, mas é coerente. Eu explico.

Além de ter ascendência africana (um dos continentes mais quentes do globo), eu fui nascida é criada no centro-oeste do país, em meio ao clima tropical de cerrado com temperatura média de 28º. No verão temos quase 40º à sombra em Goiás! Sinceramente para mim é uma tortura militar sentir frio. Entenderam a dimensão do meu sofrimento? Até a minha alma está com frio.

Só resta me resignar diante disso e sonhar com a possibilidade de ir para casa dormir e acordar lá em meados de outubro quando o solstício sul entra em ação.

Deus salve as tocas, as luvas, as meias calça fio 60 e o capuccino da Kopenhagen!



P.S: Para ler mais textos da LAra, o blog dela é:

http//: larajanuario.blogspot.com

quarta-feira, 4 de abril de 2007

A vida é dura e “O Cheiro” memorável



Imperdível! Assim eu me meto a besta como crítica de cinema (aliás, o substantivo/adjetivo vem bem a calhar para muitos da categoria) e descrevo minhas impressões sobre “O Cheiro do Ralo”.

Selton Mello, como é de se esperar, não decepciona. Está incrível! Sua atuação como o protagonista comprador de quinquilharias vale o ingresso, os aplausos e todas as gargalhadas de doer a barriga.

Um ralo que fede e cria questionamentos existenciais, o caso de amor pela Bunda e uma relação de paternidade com um olho. Ápices que transformam cenas, diálogos e muitos monólogos em situações hilárias e até mesmo surreais.

Heitor Dhália, o diretor pernambucano, prova que faturas rasas podem desafiar a criatividade e render boas películas, mesmo na contramão do que se criou como padrões estéticos.

Irônico, pornográfico, escroto e por vezes non sense. O filme diverte, enoja, cativa, choca e assim mostra o quanto há de “surrealidade” no imaginário e no comportamento humano.

Só vendo para entender o porquê do imperdível.

E mesmo depois de tantos prêmios e bilheteria significativa, há muitos que ainda se metem a besta e insistem em torcer o nariz para “O Cheiro”, em colunas de (pré)conceitos arrogantes sobre o que é fazer cinema.

Em tempo: A cena de Lourenço, personagem de Selton, às lágrimas abraçando a Bunda, é simplesmente fantástica!

terça-feira, 3 de abril de 2007

Artigo 19

Fui a um Seminário que falava sobre isso. Uma redundância que se faz necessária!

"Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras."

quarta-feira, 14 de março de 2007

Peroba neles!!!!!!!!!!!!!

Olhem isso:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u132913.shtml

Gostaria de convidar os leitores das minhas indagações a lerem essa notícia que saiu hj na FSP, sobre mais uma peripécia dos nossos senadores.

Para quem não tem paciência, nem estômago, farei um resumo crítico (e bem crítico) sobre o que eu achei dessa história.

Vão criar um fundo para auxiliar pessoas/famílias vítimas da criminalidade.

A “maravilhosa” idéia veio do famigerado ACM.

Até aí, talvez, nada demais.

Agora o que mais me causou estranheza, pra não dizer indignação, com mais um despropósito de todo o senado (o projeto foi aprovado com unanimidade), foram os argumentos da proposta.

Que pessoas vítimas da criminalidade merecem um apoio do Governo, tudo bem, não discordo. Mas antes de apoiar alguém, teríamos que saber quem são as reais vítimas disso tudo.

Será mesmo que a única vítima é a mãe que perdeu seu filho? Então aí, já aparece a ambigüidade da situação. Em um crime, geralmente duas mães perdem seus filhos. A do que morreu e a do que vai preso.

Ah, agora já sei. Vou ser apedrejada verbalmente por defender bandido. Não é isso?
Não estou defendendo bandido (aliás, nem gosto dessa terminologia). Acho que quem errou tem q pagar. Mas tenho minhas ressalvas também quanto ao sistema penitenciário, mas que falo em outra oportunidade.

Só acho que, como já é mais que sabido, embora muitos insistam em não ver, o problema começa bem antes do ato infracional. Uma vítima nasce, literalmente, anos antes de se cometer um delito. Ou melhor, quando essa vítima nasce, vários delitos são cometidos contra ela. Crimes que são feitos pelos principais responsáveis dessa história que, demagoga e ironicamente, querem criar um fundo contra a violência.

E tem mais. Na matéria saiu: “Os principais objetivos do fundo são garantir ações preventivas de combate à violência, proteger vítimas de violência, abrir linhas de crédito especial para habitação, realizar programas de saúde para a reabilitação de vítimas de violência, além de promover o amparo social para quem sofre com a criminalidade no país.”

Como assim????????????

Será que eu tô loca ou sou idiota mesmo.

Combate à violência, créditos de habitação, programas de saúde, amparo social...tudo isso já tinha que estar sendo feito faz tempo. Ou estou enganada?

O que essa cambada fica fazendo lá? As pastas dos Ministérios estão vazias, isso é demonstração de pró-atividade ou só agora eles perceberam essas carências?

Sr Toninho Malvadeza passou óleo de peroba pra pedir R$ 7,5 bilhões para fazer coisas q já deveriam estar sendo feita há tempos. Puta que pariu!

O pior de tudo isso é que tem gente que vai ler essa matéria e vai achar linda essa PEC e aplaudir os reais bandidos dessa história.
Enquanto inúmeras vítimas, de ambos os lados, nascem ou morrem, epidemicamente, em nosso país.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Sonhos de um mundo (ir)real



Com o tempo aprendemos muitas coisas. Uma delas é que até aquilo, ou aqueles, que não gostamos, podem nos surpreender. E positivamente.

http://www.youtube.com/watch?v=Sp5iliX3UTw

Esse é um link do clipe "Vilarejo" da Marisa Monte que vi recentemente e, clichês à parte, me fez chorar (quem me conhece sabe que isso é um tanto raro) e passar minutos imóvel em frente ao computador.

Confesso não gostar das baladinhas chorosas da cantora e menos ainda do experimentalismo "Triobalista", mas devo admitir que, dessa vez, eles têm, incoerentemente, meus modestos aplausos.

A música da Marisa, Antunes, Brown e Pedro Baby, mesmo com sua melodia suave e de uma poesia bucólica, junto às amargas imagens do vídeo, tem a força de uma bofetada. E aí está o elogio.

Essa estratégia de “Olhem! O mundo tá acabando e o q você vai fazer?” não é um recurso de vanguarda. Ainda assim, para mim, os louros do trabalho não estão só na insistência de retratos de uma realidade cruel e latente, com um roteiro e direção de fotografia cuidadosos de Andrucha e Cia, que resultam num deja vù social bem feito, triste e necessário.

Os méritos do trabalho surgem dessa antítese sinestésica. Um paradoxo de uma canção utópica que traz paz e esperança, diante de formas que causam no mínimo um leve incômodo, até em reaças de direita.

Já ouvi e assisti dezenas de vezes. Gostei. O difícil é tirar o gosto amargo da boca depois.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Adie seu obituário!

Do Sensorial Neruda:


Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar, morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante... Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

TÁgarelices:

Costume de tagarelar, falar muito, matraquear, papear, parolar, chalrar, taramelar.

Assim o vernáculo explica um dos meus grandes (e preferidos) hábitos que, somado a uma sútil referência a meu nome (para quem não percebeu), designa esse blog e suas intenções.


Tagarelices digitais das minhas percepções e opiniões sobre o que eu quiser. Aqui EU sou ditadora de mim mesma. Afinal, esse é MEU espaço e aqui eu posso tagarelar como me convém.

Sem cortes do editor. Sem intervenções estilísticas. Sem objeções. Sem censuras!